A contemporaneidade é marcada, sobretudo pelas transformações provocadas por sucessivas ondas globais que atuam principalmente por meio dos fenômenos políticos, econômicos, culturais, sociais e ambientais, reconfigurando constantemente diferentes espaços, tempos, indivíduos e sociedades.
Dentro do contexto mais recente da globalização o capital financeiro, viabiliza freneticamente novos tipos de mercado, institui padrões de vida baseados nas possibilidades do acúmulo e do consumo, estabelecendo assim a condição do “ter” com nova forma de poder e reconfigurando as situações de inclusão ou exclusão dos indivíduos tanto na organização social urbana como na rural. A desigualdade é uma das características mais marcante deste novo modelo, pois vem adquirindo de forma gradual a situação de conseqüência aceitável e até mesmo necessária dentro da lógica instituída pelo capital. Com significativa tolerância, sociedades e indivíduos convivem com a desigualdade sem a condição prática da indignação.
A cultura, sob a égide da globalização, ganha novas formas e significados, se dinamiza nas redefinições e na criação das identidades múltiplas dos indivíduos, diante das influências exercidas pelos diferentes agentes como, por exemplo, os “midias”, o mercado cultural, as políticas públicas, privadas e as novas tecnologias. Traz-se para a cultura um sentido mais materialista tanto da concepção como da produção, desarticulando os modos do criar e fazer já instituídos em seus longos processos históricos e perdendo a característica singular e de essência do seu determinado grupo. Estabelece-se uma nova lógica, um novo modelo de produção cultural, que atende as necessidades e exigências do novo mercado, se tornando na contemporaneidade um dos seguimentos capitalista que mais se desenvolvem na economia global.
A cultura, conforme Canclini (2005) se desterritorializa por conseqüência de sua hibridação. É mediante as misturas e mestiçagens ocasionadas entre os diferentes povos e etnias, associadas às possibilidades proporcionadas pelas novas tecnologias que de forma mais intensa e rápida, estimula o conhecimento, as relação entre os indivíduos e suas manifestações culturais. Independente da localização geográfica e do distanciamento físico, os lugares se tornam próximos, permitindo a construção de novos códigos individuais e coletivos, novas formas de relacionamento e interação entre os indivíduos.
Assim, a cultura pode ser compreendida como agente de aproximação e reconhecimento tolerante das diferenças. O saber da existência e o contato com as diversidades múltiplas ampliam o espectro de visão sobre as particularidades do mundo e de como os grupos humanos se comportam e conduzem no seu complexo processo de organização social. A partir destes pressupostos, mesmo desterritorializada, a cultura constrói a possibilidade de valorização do próprio indivíduo e de seu grupo, seja pela sua história, tradição, modos de criar e fazer, ou pelo entendimento de sua própria diferença para com os demais, além da marca trazida pela sua singularidade e identidade.
É dentro da perspectiva da economia desigual e da cultura da diferença que este artigo se propõe, por meio de uma visão sociológica, etnológica, geográfica cultural e da filosofia da práxis, diagnosticar e identificar a produção cultural da etnia indígena Terêna na atualidade. O método dialético irá proporcionar reflexões sobre os saberes e fazeres deste povo e de como estes mecanismos podem recriar uma inter-relação com sua própria cultura tradicional, se tornando meios para reconstrução permanente de sua identidade coletiva e na formação material e imaterial de seu patrimônio histórico cultural.
Subsidiado por depoimentos que proporcionaram calorosas conversas, ora ocorridas debaixo da sombra de jatobás, ora em moradias simples e confortáveis ou ainda em festividades coletivas e de reuniões da governança local, este artigo, tem o propósito de mostrar a produção cultural do artesanato, dos jogos cênicos, da língua materna e da memória oral dos indígenas da etnia Terêna, que se encontram aldeados em Ekeruá, em área da Reserva Indígena de Araribá, localizada no município de Avaí, região do Centro Oeste Paulista.
Foto 1: Crianças Terêna brincando na língua nativa - abril 2009
Dentro do contexto mais recente da globalização o capital financeiro, viabiliza freneticamente novos tipos de mercado, institui padrões de vida baseados nas possibilidades do acúmulo e do consumo, estabelecendo assim a condição do “ter” com nova forma de poder e reconfigurando as situações de inclusão ou exclusão dos indivíduos tanto na organização social urbana como na rural. A desigualdade é uma das características mais marcante deste novo modelo, pois vem adquirindo de forma gradual a situação de conseqüência aceitável e até mesmo necessária dentro da lógica instituída pelo capital. Com significativa tolerância, sociedades e indivíduos convivem com a desigualdade sem a condição prática da indignação.
A cultura, sob a égide da globalização, ganha novas formas e significados, se dinamiza nas redefinições e na criação das identidades múltiplas dos indivíduos, diante das influências exercidas pelos diferentes agentes como, por exemplo, os “midias”, o mercado cultural, as políticas públicas, privadas e as novas tecnologias. Traz-se para a cultura um sentido mais materialista tanto da concepção como da produção, desarticulando os modos do criar e fazer já instituídos em seus longos processos históricos e perdendo a característica singular e de essência do seu determinado grupo. Estabelece-se uma nova lógica, um novo modelo de produção cultural, que atende as necessidades e exigências do novo mercado, se tornando na contemporaneidade um dos seguimentos capitalista que mais se desenvolvem na economia global.
A cultura, conforme Canclini (2005) se desterritorializa por conseqüência de sua hibridação. É mediante as misturas e mestiçagens ocasionadas entre os diferentes povos e etnias, associadas às possibilidades proporcionadas pelas novas tecnologias que de forma mais intensa e rápida, estimula o conhecimento, as relação entre os indivíduos e suas manifestações culturais. Independente da localização geográfica e do distanciamento físico, os lugares se tornam próximos, permitindo a construção de novos códigos individuais e coletivos, novas formas de relacionamento e interação entre os indivíduos.
Assim, a cultura pode ser compreendida como agente de aproximação e reconhecimento tolerante das diferenças. O saber da existência e o contato com as diversidades múltiplas ampliam o espectro de visão sobre as particularidades do mundo e de como os grupos humanos se comportam e conduzem no seu complexo processo de organização social. A partir destes pressupostos, mesmo desterritorializada, a cultura constrói a possibilidade de valorização do próprio indivíduo e de seu grupo, seja pela sua história, tradição, modos de criar e fazer, ou pelo entendimento de sua própria diferença para com os demais, além da marca trazida pela sua singularidade e identidade.
É dentro da perspectiva da economia desigual e da cultura da diferença que este artigo se propõe, por meio de uma visão sociológica, etnológica, geográfica cultural e da filosofia da práxis, diagnosticar e identificar a produção cultural da etnia indígena Terêna na atualidade. O método dialético irá proporcionar reflexões sobre os saberes e fazeres deste povo e de como estes mecanismos podem recriar uma inter-relação com sua própria cultura tradicional, se tornando meios para reconstrução permanente de sua identidade coletiva e na formação material e imaterial de seu patrimônio histórico cultural.
Subsidiado por depoimentos que proporcionaram calorosas conversas, ora ocorridas debaixo da sombra de jatobás, ora em moradias simples e confortáveis ou ainda em festividades coletivas e de reuniões da governança local, este artigo, tem o propósito de mostrar a produção cultural do artesanato, dos jogos cênicos, da língua materna e da memória oral dos indígenas da etnia Terêna, que se encontram aldeados em Ekeruá, em área da Reserva Indígena de Araribá, localizada no município de Avaí, região do Centro Oeste Paulista.
Foto 1: Crianças Terêna brincando na língua nativa - abril 2009